Cajamar, município da região do Cimbaju, aparece entre as cidades paulistas que investiram recursos previdenciários no Banco Master. A informação foi divulgada em reportagem do UOL, que detalhou a aplicação de R$ 87 milhões em letras financeiras, títulos de renda fixa usados para captação de médio e longo prazo. O valor colocou Cajamar na segunda posição entre os cinco municípios mencionados.
O alerta sobre esses aportes havia sido feito pelo Ministério Público de Contas de São Paulo em 2024. Naquele ano, a 1ª Procuradoria recomendou que o Tribunal de Contas do Estado acompanhasse as aplicações realizadas pelos institutos de Araras, Cajamar, Santa Rita do Oeste, Santo Antônio da Posse e São Roque. Somados, os investimentos chegaram a R$ 218 milhões, todos direcionados às letras financeiras emitidas pelo Banco Master.
O contexto se tornou mais sensível com a operação da Polícia Federal deflagrada neste mês. A PF prendeu Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no aeroporto de Guarulhos na noite de 17 de fevereiro. No mesmo dia, o Banco de Brasília foi alvo de buscas e seu presidente, Paulo Henrique Costa, acabou afastado. Segundo a PF, o objetivo da ação é combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional
As investigações apuram possíveis crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa. De acordo com a PF, o caso começou a ser analisado em 2024 após requisição do Ministério Público Federal para investigar indícios de carteiras de crédito sem lastro. A defesa de Vorcaro negou que ele tentasse deixar o país e afirmou que ele viajaria a Dubai para tratar da venda do banco. O advogado Pierpaolo Bottini declarou que o empresário e representantes do Master têm colaborado com as autoridades.
Em meio à investigação, o Banco Central rejeitou a proposta de compra do Master feita por um consórcio dos Emirados Árabes Unidos aliado ao grupo Fictor e anunciou a liquidação da instituição. A ação da PF ocorreu um dia depois do anúncio público do negócio recusado.




