O ano era 2010. Nas ruas de Caieiras, uma batucada que ecoa até hoje começava a tomar as ruas da região central da cidade. Naquele ano, um grupo de não mais do que 20 pessoas, “mais músicos do que foliões seguindo atrás” , como contou um dos integrantes da diretoria do Bloco do Renatão à equipe do Caieiras Notícias, se reunia para celebrar o Carnaval no que hoje é o maior e mais tradicional bloco de carnaval da cidade

O Caieiras Notícias conversou com exclusividade com Alex Pereira, Rafael Pereira e Ricardo Reis, representantes da diretoria do Bloco do Renatão, para contar partes dessa história que só quem vive o Bloco por dentro – e desde o início – conhece.
Unindo gerações em torno da música e da folia, o Bloco do Renatão surgiu com a proposta de reunir músicos caieirenses que, durante o Carnaval, estavam dispersos em diferentes palcos. A ideia era simples: celebrar o Carnaval “no quintal de casa” e reunir amigos que cresceram juntos por causa da música.
Batizado em homenagem ao músico Renato Massinelli, saxofonista, o bloco tornou-se o que deveria ser considerado como um patrimônio imaterial de Caieiras, integrando quatro gerações de caieirenses em torno do que une os brasileiros: o Carnaval. “Como nós estávamos cada um tocando num lugar diferente durante o Carnaval, o inicialmente tímido Bloco do Renatão saía na última sexta-feira antes do Carnaval”.

Começou a ganhar corpo a ponto de, numa dessas sextas-feiras, provocar um longo congestionamento que já chegava na altura do velódromo. A partir de então, começou a sair às ruas aos sábados, na parte da tarde. Atraiu mais e mais famílias e hoje já conta com pelo menos 50 a 60 pessoas apenas na organização, incluindo músicos locais e de outras cidades, além de centenas de foliões que, agora sim, se amontoam e distribuem sorrisos atrás do Bloco.
Uma curiosidade que muito pouca gente sabe é que os ensaios, que começam em agosto no “Deck”, tradicional ponto de comércio na região central, não são apenas preparativos para o desfile, mas também uma escola de música. Isso porque o bloco é aberto a todos e não é necessário ser músico para participar. “Muitos iniciam do zero e aprendem nos ensaios. Outros, redescobrem a sua antiga paixão pela música quando entram no bloco”, conta a diretoria do Bloco.

Anualmente, o bloco homenageia um “baluarte”, uma pessoa representativa para sua história e de seus integrantes, mantendo viva a memória e a cultura local.
E para além do resgate da memória de um músico que teve participação ativa na formação cultural de muitos de seus integrantes, a modernização também é uma marca do Bloco do Renatão, que acompanha as demandas sociais atuais, com uma preocupação ambiental e um acolhimento especial às mulheres e mães.

Em 2025, o Bloco do Renatão promete um desfile especial para os foliões. Afinal, será a comemoração de 15 anos do coletivo. A concentração está marcada para o dia 22 de fevereiro, às 14h, no cruzamento entre a Rua João Dártora e a Avenida 14 de Dezembro, na região central.











