Uma pesquisa conduzida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revelou que Caieiras é o município do Consórcio Intermunicipal dos Municípios da Bacia do Juqueri (Cimbaju) com maior consumo de alimentos ultraprocessados. Segundo o levantamento, 23,9% das calorias ingeridas pela população local vêm desse tipo de produto industrializado, ultrapassando cidades vizinhas como Cajamar (23,3%) e Franco da Rocha (23,03%).
O estudo, realizado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), analisou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e do Censo, ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para estimar o consumo calórico de alimentos ultraprocessados em todos os 5.571 municípios brasileiros.
Entre os alimentos considerados ultraprocessados estão refrigerantes, salgadinhos, bolachas recheadas, embutidos, refeições congeladas e outros produtos prontos para consumo. De acordo com o pesquisador Leandro Cacau, autor principal do estudo, os dados ajudam a entender o padrão alimentar de cada localidade e podem orientar políticas públicas de alimentação saudável.
“Nosso trabalho visou justamente preencher essa lacuna, fornecendo as estimativas de consumo de alimentos ultraprocessados em todos os municípios do país”, explica Cacau.
Padrões regionais e estilo de vida
O levantamento aponta que o consumo desses produtos é maior nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, especialmente em cidades com maior urbanização e renda per capita. Os pesquisadores associam esse padrão ao fácil acesso a supermercados e às mudanças no estilo de vida da população.
Entre os municípios com maior consumo no cenário nacional, o destaque vai para Florianópolis (SC), com 30% das calorias oriundas de alimentos ultraprocessados, seguida de São José (SC) (28,3%) e Balneário Camboriú (SC) (27,8%).
Ranking do Cimbaju — Consumo de ultraprocessados:
- Caieiras – 23,90%
- Cajamar – 23,30%
- Franco da Rocha – 23,03%
- Mairiporã – 22,98%
- Francisco Morato – 22,86%
Ranking Nacional — Maiores consumidores de ultraprocessados no Brasil:
- Florianópolis (SC) – 30,00%
- São José (SC) – 28,30%
- Balneário Camboriú (SC) – 27,80%
- Palhoça (SC) – 27,70%
- São João Batista (SC) – 27,20%
- Jaraguá do Sul (SC) – 27,13%
- Joinville (SC) – 27,07%
- Blumenau (SC) – 27,03%
- Biguaçu (SC) – 27,03%
- Brusque (SC) – 26,86%
- Itajaí (SC) – 26,74%
- Criciúma (SC) – 26,73%
- Itapema (SC) – 26,70%
- Joaçaba (SC) – 26,70%
- Indaial (SC) – 26,69%
- Tijucas (SC) – 26,64%
- Santo Amaro da Imperatriz (SC) – 26,63%
- Porto Alegre (RS) – 26,62%
- Chapecó (SC) – 26,61%
- Rio do Sul (SC) – 26,60%
Consumo elevado preocupa especialistas
O consumo elevado de alimentos ultraprocessados é motivo de preocupação para os especialistas em saúde pública, uma vez que esse padrão alimentar está associado a doenças crônicas como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares.
Embora o consumo seja menor em municípios com baixa urbanização e renda reduzida, isso não significa que a alimentação nesses locais seja mais equilibrada — apenas que há menor presença dos produtos industrializados nos hábitos diários.
A íntegra do estudo está disponível na Revista de Saúde Pública: Leia aqui.











