Concha Acústica de Caieiras está abandonada




Atualizada às 13h57min de 17 de janeiro para acréscimo de informação

A Concha Acústica “Armando Rodrigues – Armandinho”, localizada no coração de Caieiras, que em outras épocas foi um vibrante palco de manifestações artísticas e culturais, que fazem parte da memória de ao menos duas gerações de caieirenses, encontra-se hoje em estado de abandono. A estrutura, que já abrigou apresentações de bandas de rock, corais e orquestras, é um retrato do descaso e da falta de investimento por parte do poder público em relação aos espaços culturais da cidade.

A situação precária do local é visível: pichações, cartazes espalhados pelas paredes e danos provocados pela ação do tempo são evidências claras da negligência. Além disso, o local transformou-se na habitação de um morador em situação de rua. Apesar de ser tema de reportagens desde 2023, como destacado pelo Jornal de Caieiras e, mais recentemente, pelo Jornal Primeira Impressão, quase nada foi feito para reverter o cenário.

Planos de revitalização foram prometidos na gestão municipal anterior, incluindo a construção de uma nova arquibancada e uma cobertura envidraçada. No entanto, com a transição para a gestão do atual prefeito, Gilmar Lagoinha, esses planos foram abandonados. Em vez de avançar, o governo atual demoliu estruturas já iniciadas e cercou o local com tapumes, que posteriormente foram removidos sem explicações ou progressos aparentes.

O Caieiras Notícias consultou a atual Secretária de Cultura, Gaby Marques, responsável direta pelos equipamentos culturais, e também a Secretaria de Comunicação para perguntar se há alguma previsão para o reparo da concha.

Histórico de Descaso com o Patrimônio de Caieiras

O abandono da Concha Acústica não é um caso isolado. Outros patrimônios culturais da cidade também enfrentam situações semelhantes. O Antigo MAC, localizado às margens da SP-332, foi demolido sob a promessa de dar lugar a um grande piscinão. Essa promessa, entretanto, ainda não foi cumprida, resultando na perda de um importante marco para a cultura e arte da cidade.

Inaugurado em 2020, o Memorial Histórico de Caieiras, que funcionava como um museu interativo sobre os principais momentos históricos da cidade, foi outro exemplo de negligência. Sob a atual gestão, o memorial foi desativado e, desde então, não recebeu a devida atenção. Fotos, objetos históricos e depoimentos que contavam a rica história de Caieiras agora estão sem uso, privando os munícipes de um acervo cultural valioso.

Em 2023, o Teatro Municipal Maestro Sérgio Valbusa enfrentou uma enchente que resultou no fechamento do local. Um ano e três meses após o incidente, os reparos estruturais ainda não foram iniciados. Segundo a prefeitura, os danos exigem estudos aprofundados, mas a falta de agilidade nos procedimentos gera questionamentos e insatisfação na população.

O que diz a Prefeitura

Entramos em contato com a Prefeitura de Caieiras que disse que a Secretaria de Cultura está estudando uma pintura no local, e que a zeladoria do local será realizada conforme a necessidade. Acrescentou também que existe um projeto de revitalização elaborado em 2022, porém como se trata de um projeto de grande porte, que requer mobilização de recursos, os quais estão sendo ativamente buscados pela prefeitura.

Sobre o Memorial Histórico, a Prefeitura informou que não tem previsão para a mudança, porém estudam a melhor maneira de realizar.

Em relação aos planos para o antigo MAC, a Secretaria de Obras informou que “estão sendo conduzidos estudos técnicos preliminares para avaliar a viabilidade da adequação de um piscinão”, o que também depende da intervenção e do apoio do Governo Estadual.

Ainda segundo a Prefeitura, a depender dessa análise, está o possível desenvolvimento de um centro de eventos nos moldes do Antigo MAC em outro local do município. Entretanto, apenas após os estudos por parte do Governo do Estado, será possível avançar com tais projetos.





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