Exposição do artista Bonga Mac, de Caieiras, chega ao Beco do Batman

Com obras que dialogam entre o figurativo e o abstrato, mostra “Olho Cru’’ proporciona reflexões profundas sobre o olhar humano a partir de hoje, 18 de janeiro
A exposição Olho Cru, do artista visual caieirense Bonga Mac, inaugura o calendário de 2025 da Galeria Alma da Rua com uma experiência que promete envolver o público em um universo de formas e cores sobrepostas, explorando a relação entre o humano e o instintivo. A mostra, com curadoria de Ceres Macedo e do artista visual Pardal, ficará em cartaz no espaço Alma da Rua II, no Beco do Batman, em São Paulo, de 18 de janeiro a 19 de fevereiro.
“Essa exposição é um convite para o público refletir sobre o poder do olhar. Quando misturo elementos figurativos e abstratos, quero provocar questionamentos sobre como interpretamos o que está ao nosso redor, indo além da visão superficial para mergulhar em algo mais profundo”, explica Bonga Mac. A mostra traz como tema central a multiplicidade de sentidos que surgem da visão, especialmente ao abordar seres não humanos. Para o artista, a obra “é um diálogo entre o selvagem e o humano, uma introspecção sobre nossa essência e como nos conectamos com o mundo.”
Ceres Macedo define a exposição como uma experiência rica em reflexões sobre o olhar em suas múltiplas dimensões. “O tema é muito amplo, abrangente e profundo. Ele nos convida a pensar sobre diferentes tipos de olhar: para dentro, para o próprio inconsciente, para o próximo, para o mundo, e até mesmo para além do planeta, conectando-nos com a natureza”, explica.
Ainda segundo a curadora, a exposição proporciona um exercício de identificar a quem pertence cada olhar exposto. “Isso torna a experiência leve e instigante, além de destacar a beleza do olhar, seja de quem observa ou de quem é observado. É um convite para que cada um faça sua própria interpretação do que é o ‘olho cru’ apresentado na mostra”.
Já para o curador Pardal, a mostra transcende o olhar convencional, trazendo à tona o olhar do criador, provocando uma reflexão profunda sobre os diferentes tipos de olhares. As pinturas expostas, que retratam olhos selvagens – tanto de animais quanto de humanos –, questionam o espectador: “Que tipo de olhar é o seu? O seu olhar pode melhorar o meu? ”
De acordo com o curador, essa provocação sintetiza a essência do trabalho de Bonga, conectando-o à sua trajetória de vida e à bandeira do hip-hop que ele carrega há tantos anos. “A essência do hip-hop, presente em sua trajetória, reflete-se em sua preocupação com o próximo e no compromisso de compartilhar conhecimentos. Bonga também ensina a arte do graffiti para diferentes gerações, incluindo crianças, passando adiante sua paixão pela arte e pela expressão.”
Pardal ainda completa que o tema “Olho Cru” é inseparável da vida de Bonga, cuja arte provoca e emociona. “Seu olhar crítico expõe injustiças, mas também inspira melhorias, ressaltando a importância do olhar coletivo para construir um mundo melhor. Ele também enfatiza os “olhos do coração” que Bonga imprime em cada trabalho, transmitindo empatia e humanidade ao longo de sua carreira artística.
A abertura da exposição, marcada para o dia 18 de janeiro, das 14h às 20h, contará com um line-up especial de DJs e artistas do rap nacional, reforçando as raízes de Bonga Mac na cultura urbana. Entre as atrações confirmadas estão os DJs Sonora, Makola e Clevinho, além de nomes consagrados do rap, como DMN, Velho Oeste e Crônica Mendes.
Sobre o artista Bonga Mac
Natural de Caieiras (SP), Donizete de Souza Lima, conhecido como Bonga Mac, é um nome de destaque no graffiti brasileiro e internacional. Além de suas intervenções artísticas em espaços públicos, ele é idealizador do projeto Kombozas, no qual personaliza kombis gratuitamente e engaja seus donos em ações sociais, como transporte de alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade.
Confira algumas imagens que fazem parte da exposição:



